Nos últimos anos, empreendimentos imobiliários se multiplicaram por todo território nacional e transformaram a construção civil em uma mola impulsionadora do desenvolvimento econômico brasileiro e numa das principais fontes empregadoras de homens e mulheres de todos os graus de instrução.
Contudo, após o aparecimento da crise imobiliária norte americana, os empreendimentos imobiliários acabaram sendo cortados em muitas das cidades brasileiras. Um mercado pungente e que estava extremamente ávido por lançamentos e era capaz de absorver um volume muito grande de novos empreendimentos imobiliários voltados para todas as classes sociais; praticamente secou. Mesmo com o gigantesco déficit habitacional que observamos em nosso país; os empreendimentos imobiliários que estavam em andamento apenas vem sendo concluídos com um número que começa a ser reduzido de mão-de-obra.
Em paralelo; inúmeros empreendimentos imobiliários que estavam em vias de execução e em planejamento acelerado estão praticamente estacionados e, em alguns casos, chegaram a ser abandonados por completo. Por toda parte, canteiros de obra estão sendo largados as moscas e completamente abandonados tanto por máquinas quando por homens. Essa cruel situação nos faz refletir e uma pergunta vem à tona com uma força avassaladora? O que vem acontecendo com os empreendimentos imobiliários que avançavam como uma grande onda de desenvolvimento e prosperidade?
Afetadas pela crise, muitas construtoras não conseguem mais obter os recursos financeiros necessários para tocar seus projetos sustentáveis e continuar com o ritmo anterior de lançamentos. Em paralelo; os consumidores estão enfrentando problemas com a manutenção de seus empregos e as incertezas geradas pela verdadeira crise de confiança que se abateu por toda economia mundial. Nesse cenário, os empreendimentos imobiliários representam um risco altíssimo para o consumidor pelo simples fato de que os financiamentos devem ser feitos em prazos longos. Por isso mesmo, a perspectiva de perder o emprego ou de enfrentar problemas de caixa num futuro próximo ou médio; afastam muitas pessoas dos stands de venda das construtoras e agravam ainda mais a falta de recursos e a perda de capital enfrentada por essas empresas.
Por isso mesmo, as construtoras se viram forçadas a colocar um freio em todos os empreendimentos imobiliários em planejamento ou que ainda não tinham iniciado a sua execução. Restringiram-se as necessidades de capital e de investimentos apenas para os empreendimentos imobiliários que estavam em fase de acabamento e conclusão. Desta forma, pretendem garantir a entrega dos imóveis no prazo acertado e, ao mesmo tempo, tentam capitalizar-se para que consigam atravessar esse momento de crise sem muitos ferimentos graves.
Cabe ao governo federal agir com rapidez e com a presteza necessária para impedir que os efeitos dessa crise de confiança sem precedentes se alastrem ainda mais e se tornem irreversíveis causando um impacto negativo de grande potencial em nossa economia. Se isto ocorrer, os reflexos negativos serão tão desastrosos que nosso país correrá o risco de perder todos os benefícios alcançados durante a época de vacas gordas que atravessamos nesses dois últimos anos.
E isso será um impacto que provavelmente não iremos suportar.